
Dentre  as inúmeras brincadeiras que se faz com um cão, muitas pessoas dão a  mão para que o filhote brinque de mordê-la (foto: Jaybird – J. Star /  Flickr)
No início, muitas pessoas acham graça ao ver um filhote destruindo o  chinelo, rosnando para o dono ou brincando de cabo de guerra. Contudo,  segundo especialistas, o comportamento do dono nessa frase é crucial  pois 99% dos problemas que estes tem com seus cães decorrem da falta de  imposição de regras nos primeiros meses de vida.
 Os especialistas explicam que o comportamento do animal se constrói  enquanto ele ainda é filhote e que este é o momento ideal para eliminar  maus-hábitos e alinhar seu comportamento, já que até os três meses de  idade a memória canina é similar a uma folha em branco.
 Confira os cinco erros mais comuns dos proprietários com seus filhotes e dicas para suas respectivas soluções: 
1. Falta de um líder: Os cães, por natureza, são  animais de matilha e essa, por sua vez, necessita de um líder. Se nenhum  morador da casa assumir esse papel, o filhote o assumirá. Portanto,  desde os primeiros meses o dono deve se impôr como líder e deixar claro  quem comanda o território. 
2. Receio de repreender o filhote: Logo nos  primeiros dias de vida o filhote não possui experiência prévia para lhe  indicar o que seja certo ou errado – o que pode e o que não pode -, por  isso é o dono quem deverá ensiná-lo. Não repreendê-lo quando fizer algo  incorreto, por exemplo, poderá acarretar problemas futuros. Repreender  não significa maltratar, mas sim lhe apresentar uma situação indesejada  como conseqüência do que ele fez, desestimulando sua repetição.  Pronunciar uma palavra de repreensão em tom firme no momento em que o  cão praticar a ação indesejada, como um ‘não!’ enérgico, é um exemplo. 
3. Brincadeiras de morder: Dentre as inúmeras  brincadeiras que se faz com um cão, muitas pessoas dão a mão para que o  filhote brinque de mordê-la, resultando em pequenos cortes e arranhões. A  brincadeira, engraçada no início, pode trazer uma série de problemas  sociais quando o cão estiver adulto, pois se ele aprende que é permitido  morder, provavelmente utilizará dentadas freqüentemente ao longo de sua  vida. Para corrigi-lo, pode-se usar uma técnica que consiste em colocar  o polegar na língua do cachorro e pressionar até que ele tente  empurrá-lo para fora de sua boca. Essa técnica deve ser feita de modo  rápido e somente no ato da mordida (jamais deve-se utilizá-la como  maneira preventiva). Não se deve esquecer de sempre utilizar a palavra  de repreensão enquanto aplica a correção e de não permitir que nenhum  outro membro da família ou amigos deixe-se morder. Brinquedos próprios  para cães são uma alternativa para suprir esta necessidade. 
Muitas pessoas dão a mão para que o filhote brinque de  mordê-la… A brincadeira, engraçada no início, pode trazer uma série de  problemas sociais quando o cão estiver adulto
4. Falta de controle nos passeios: Para muitas  pessoas a hora do passeio é sinônimo de confusão, pois enquanto o dono  vai para um lado, o cão puxa para o outro, seja buscando postes, outros  animais ou mesmo correndo atrás de carros e motos. Primeiramente só se  deve passear na rua com o cão após ele ter tomado todas as vacinas,  enquanto isso, segundo comportamentalistas, pode-se acostumá-lo com a  coleira folgada algumas horas por dia, dentro de casa. A partir do  momento em que o animal puder passear em locais públicos, e o ideal é  fazê-lo diariamente, deve-se aumentar o tempo dos passeios de forma  gradativa. Sempre que for sair de casa para dar uma volta, a orientação  é, primeiramente, colocar guia e coleira adequada ao tamanho do  cachorro, posicioná-lo do lado esquerdo e começar a andar levando o cão  ao lado. Todas as vezes que ele puxar a guia ou travar deve ser  repreendido com as palavras de repreensão e um puxão. Quando o cão andar  junto e sem puxar, o dono deve elogiar o animal com palavras ou  petiscos, manter a guia folgada e dar comandos que indiquem sincronismo,  como, por exemplo, ‘junto!’. 
5. Isolamento na hora das refeições: A maioria das  pessoas coloca ração para o filhote no pote e sai para fazer outras  coisas, deixando-o se alimentar sozinho. Desse modo, o cão aprende que a  hora da refeição deve ser um momento solitário e pode reagir  agressivamente todas as vezes em que está comendo e alguém chega perto  dele ou do próprio pote de ração. Uma dica para evitar essa  agressividade desde os primeiros dias de vida é sempre que possível  ficar próximo ao filhote durante as refeições, acariciando seu pêlo e  colocando a mão no pote de ração do animal enquanto ele se alimenta.  Isso fará com que o cão se acostume com a presença humana durante sua  alimentação e evitará que, futuramente, o animal avance nas pessoas na  hora da comida ou se torne agressivo quando, por algum motivo, o dono  precisar manusear seu pote de ração. Caso o filhote rosne ou morda o  dono durante esse exercício, é importante que haja repreensão no mesmo  instante e até mesmo, se necessário, a retirada da comida. Restabelecida  a calma, o proprietário pode devolver o pote para dar continuidade à  refeição. Segundo especialistas, essa atitude é fundamental para o  cãozinho aprender que o dono é o líder e pode manusear ou simplesmente  retirar o alimento a qualquer hora.
 Mesmo com essas dicas, é de suma importância que você procure um  médico veterinário para realizar um acompanhamento pediátrico com seu  filhote. Só assim você garantirá orientação profissional correta,  vermifugação e vacinação em dia.