terça-feira, 29 de outubro de 2013

Schnauzer Miniatura

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Você tem um Schnauzer Miniatura ou está pensando em ter? Então não perca os conselhos dos quatro  especialistas que convidamos. Cada qual em sua área, eles contam como obter o melhor desse famoso cão em todos os aspectos que interessam: relacionamento familiar, aparência e saúde.

CONVÍVIO

É possível que você já conviva muito bem com o seu Schnauzer. Mas também é possível que pertença ao grupo de donos ávidos por preciosas dicas de relacionamento. Confira o que dizem o criador Oscar Plentz (sócio do canil Boa Barba, de Porto Alegre, dono de 60 Schnauzers Miniaturas e juiz cinófilo) e o zootecnista Alexandre Rossi (especialista em comportamento animal que já atendeu mais de cem Schnauzers).
O Schnauzer é, de forma geral, um cão agradável de ter por perto. “Se ele fizer parte da família e acompanhar a rotina, tende a ser alegre e bem-comportado”, diz Plentz. Estímulo físico e mental também é importante. Manter brinquedos à disposição e proporcionar atividade faz parte da fórmula para um Schnauzer viver bem e para se viver bem com ele. “Como qualquer cão, ele precisa gastar a energia e ter distração para se tornar mais tranqüilo e realizado”, afirma o criador. Em busca de dicas para obter o melhor do convívio com um Schnauzer, Cães & Cia verificou que não é difícil satisfazê-lo. A receita básica para o bom relacionamento com cães — donos presentes, lar afetuoso, ambiente estimulante e atividade física — costuma ser suficiente para que ele manifeste o que tem de mais encantador. Exceto nos casos em que se torna dominante e/ou latidor compulsivo.
EVITE OU CONTORNE
Na experiência de Rossi, essas são as queixas mais comuns de donos de Schnauzers. Saber evitar ou contornar a dominância exagerada e a mania de latir que podem aflorar no Schnauzer é a pitada mágica para garantir um convívio pleno. O grau de predisposição aos dois comportamentos já pode ser previamente avaliado na ninhada, possibilitando a escolha de um filhote menos sujeito a eles (veja quadro da pág. 17). Mas em casa, na maneira de educar seu Schnauzer, também há macetes para inibir sua manifestação. Funcionam melhor se adotados desde a infância do cão, mas podem ajudar a recuperar adultos já formados. Quanto à dominância, não raramente desencadeada por excesso de mimo, o Schnauzer costuma manifestá-la basicamente de duas formas:  desafiando ordens e regras e demonstrando  possessividade em relação a objetos e, principalmente,  ao dono preferido. A regra número 1 é estabelecer  os limites o mais cedo possível. Evite  permitir na infância atitudes que não serão aceitas  na fase adulta. Deixe claro que ele não é o líder.  Crie situações em que o cão perceba que é você  quem está no comando. “Coloque o prato com a  comida dele no chão, mas só o deixe comer após  sua ordem”, orienta Plentz. Se durante as brincadeiras  ele se recusa a devolver os brinquedinhos  arremessados, abra a boca dele e retire-os de dentro.  Rossi sugere convidá-lo para cabos-de-guerra:  “O dono deve ganhar quase sempre e, em seguida,  agradar o cão, para que ele se sinta feliz com o 2o  lugar no jogo.” É fundamental  recompensá-  lo, com agrados ou  petiscos, toda vez que  aceitar o dono no papel  de líder. Da mesma  forma, precisa ser  desmotivado a desafiá-  lo. “Quando agir  mal, ele precisa ouvir  um não firme”, aconselha  Rossi. Ensinar  pelo menos dois ou  três comandos de obediência,  como senta,  deita e dá a pata, é  recomendável. “Condiciona  o cão a se submeter  às ordens do dono”, explica Rossi.
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Para evitar que a dominância se manifeste com possessividade, faça o Schnauzer entender que ele não é o dono dos objetos nem tampouco do próprio dono e que é vantajoso compartilhá-los com outras pessoas ou animais. “Há exemplares que rosnam quando alguém se aproxima de seus donos”, ilustra Plentz. Para driblar esse comportamento, o cão deve associar a aproximação de pessoas a acontecimentos positivos. “Quem se aproxima deve trazer um petisco ou algo de que ele goste”, diz Rossi. Se ele fica agressivo quando o outro cão da família chega perto, ofereça-lhe uma guloseima nessas ocasiões. “A idéia é que o cão perceba que a visita do colega é benéfica”, explica Rossi. Aplique o mesmo raciocínio em todas as circunstâncias em que a possessividade do cão for despertada. “Se ele não aceita que você mexa nos brinquedos dele, torne vantajoso para ele que você o faça.” Além disso, o ideal é que todos os membros da família ajam como donos, dando carinho e impondo limites. Quanto mais “compartilhado” ele for, menor o  risco de se tornar dominante e possessivo. Sobretudo o dono número 1 (mas os outros também) deve, desde cedo, mostrar que não está totalmente disponível. “Não deixe seu Schnauzer fazer tudo com você”, diz Plentz. “De vez em quando, impeçao de subir no seu colo ou na sua cama; coloque-o sentado perto de você, mas não no lugar em que ele quer.” Assim, o cão acaba percebendo que não decide tudo em relação à vida do dono e que o dono tem vontade e espaço próprios. Rossi acrescenta: “Se ele é do tipo que faz questão até de entrar no banheiro enquanto você toma banho, não permita.”
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Sobre a questão dos latidos, o Schnauzer típico, cão de alarme por natureza, late em grau moderado. Essa característica, porém, se mal administrada, pode se exacerbar, fazendo dele um latidor compulsivo. Para se prevenir disso ou para tentar corrigir exemplares já latidores, há três dicas básicas. A primeira é reprimir o excesso de latidos com um enérgico não, mas isso só vale quando os latidos não são para chamar sua atenção ou para obter algo de você. “O não é válido caso ele esteja latindo para a campainha que tocou ou para o barulho dos vizinhos”, ilustra Rossi. Caso os latidos sejam para pedir um petisco, para ganhar um cafuné, para entrar ou sair de um determinado lugar, eles devem ser ignorados. “Se o cão late para que abram a porta do jardim, e o dono diz não, ele sabe que, pelo menos, conseguiu parte do que queria: a atenção de alguém para resolver um problema”, explica. O não nessas circunstâncias acaba reforçando o hábito de latir. Portanto, ignore o cão por completo. Por fim, se ele demonstra se intimidar com algum barulho, pode-se associar o latido ao som indesejado. Sempre que o cão latir, acione o ruído. Se as providências caseiras não surtirem efeito, não desista. Recorra a um adestrador ou especialista em comportamento. “Muitos casos podem ser resolvidos ou pelo menos amenizados”, garante Rossi.

BELEZA

Quer um Schnauzer de parar o trânsito? Siga as orientações de Vania Breim, criador criadora da raça há 16 anos, dona do canil O’ Breim, de São Paulo, experiente e handler e groomer. Com 39 anos de atuação na área,Vania  já testou dezenas de produtos e técnicas de banho, tosa e escovação. Hoje domina como poucos os macetes para tornar a cabeleira do Schnauzer um verdadeiro arraso, seja nas pistas dos eventos cinófilos, seja na sala de estar de donos exigentes.
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Repare no Schnauzer acima. Ele está com a tosa típica da raça: pelagem curta nas costas, laterais do corpo, cauda, pescoço, topo da cabeça e orelhas. A barba e o bigode, cuja formação é natural, estão delineados. Pernas e barriga ostentam pêlos mais alongados. Os pés tiveram sua pelagem aparada de forma a ficarem bem arredondados. O Schnauzer, exige o padrão, tem de apresentar pêlo duro. É a chamada pelagem de arame. Sua manifestação se deve muito à hereditariedade e é mais intensa nas áreas de pêlo curto. “Se o cão não vier de uma linhagem de pelagem típica, dificilmente a apresentará”, comenta Vania. Mas nem só de genética vive a desejada pelagem da raça.  Manejo correto é essencial. A técnica de tosa para manter a aspereza da pelagem é denominada stripping (consiste em arrancar com a mão ou com faquinhas específicas os fios macios e mais alongados). É preciso, pondera Vania, avaliar se é ou não o caso de adotar o procedimento. “Para cães de exposição, não há outra saída”, assume. “Mas para cães de companhia, a tosa à máquina, embora amacie e, portanto, descaracterize a pelagem, é uma alternativa.” Até criadores, conta Vania, optam por ela em exemplares afastados das exposições. Motivos: o stripping é mais demorado, requer retoques mais freqüentes, custa mais caro, pode ser incômodo para o cão e suas técnicas de execução são dominadas por um menor número de profissionais. “Se feita por inexperientes, pode machucar bastante o cachorro”, adverte. A especialista recomenda iniciar o stripping quando os cães estão com 4 meses. Deve ser executado nas costas, pescoço, laterais do corpo, cauda e topo da cabeça. “Nas outras regiões, o stripping é dispensado, porque a pelagem só precisa ser delineada, o que é feito à máquina e tesoura”, explica. O primeiro stripping, no estilo Vania de execução, é feito em três ou quatro etapas, espaçadas por uma semana a dez dias. Os fios são retirados um a um. Para que não escorreguem entre os dedos, a dica é passar talco no cão. “Uso o da Granado, que nunca causou alergias nos cães.” Cada etapa leva cerca de 3 horas.
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Uma vez terminado, o stripping requer manutenção semanal. “Do contrário, o subpelo se acumula e encobre os folículos pilosos dos pêlos principais, o que atrapalha o crescimento deles e deixa a pelagem com a textura macia do subpelo”, conta. Para quem não vê vantagem no stripping, já disse a especialista, vale a tosa à maquina. Vai amaciar a pelagem, é verdade. E pode alterar sua cor. A coloração na raça chamada sal-e-pimenta, conta Vania, geralmente clareia demais, enquanto o desejado é que seja bem pigmentada, variando do cinza-escuro ao cinza-prata. A denominada preto-e-prata, por sua vez, tende a ganhar um tom cinza-chumbo nas áreas escuras, sendo ideal o preto puro. “Tosar à maquina faz a pelagem perder em textura e na tonalidade de certas cores, mas esses aspectos são realmente importantes para quem pretende ter um bonito Schnauzer de estimação?” indaga. Se a tosa à máquina é sua opção, atente a certos cuidados. “Não raramente os Schnauzers ficam com alergia quando tosados com lâminas muito baixas”, avisa Vania. Ela recomenda lâmina 10 ou 15. “Além disso, lâminas mais baixas podem cortar a pele do cão.” A máquina deve ser passada a favor do pêlo e não contra. Senão, há maior risco de desencadear alergias. E atenção à região das orelhas, sobretudo em cães que não as têm cortadas: “Sem o devido cuidado, a pele das beiradas na dobra das orelhas é cortada pela máquina.”

BANHO

Na opinião da especialista, para deixar um Schnauzer limpo e com boa aparência, são precisos, de forma geral, dois a três banhos por semana para exemplares de pista e um por semana para os de estimação. Antes de molhar o cão, o ideal é desembaraçar os nós, mais comuns embaixo dos braços e entre as coxas. “Para desatá-los sem quebrar os fios, borrifo na região o silicone líquido da Aquadog”, orienta. “O produto age como se encapasse os pêlos, alisando-os e deixando-os fáceis de desembaraçar.” Passada essa etapa, vem o banho propriamente dito, composto por duas lavagens. Na primeira, se o cão estiver muito sujo, Vania usa o sabonete de coco da Aquadog. “O sabonete quente não é bom; na pelagem branca, os fios  amarelam; na preta, ficam avermelhados”, conta.  Durante a secagem, escove o cão. “Nessa hora, use  escova de pinos e não rasqueadeira, que danifica  pêlos ainda úmidos e pode ferir a pele.”

ESCOVAÇÃO

Vania recomenda escovação de uma a três  vezes por semana. Os acessórios ideais, indica,  são escova de pinos sem bolinha nas pontas (com  bolinha quebra os fios), para escovar as franjas e o  corpo; rasqueadeira macia para armar o pêlo das  chamadas botas (pelagem das pernas) e retirar  fios mortos; e pente de metal de dentes largos  para pentear barba, sobrancelha e dar a última  penteada geral em busca de nós remanescentes.  “A rasqueadeira exige delicadeza”, alerta. “Ela pode  ferir a pele dos cães, sobretudo dos tosados à  máquina, cuja pelagem é mais macia e geralmente mais curta nas costas.”  Para manter a pelagem brilhante, Vania também  recomenda hidratação mensal. “Uso o  hidratante da Aquadog, aplico-o no cão no fim  do banho, espero 15 minutos e enxáguo.” Em cães  de pista, a aplicação do produto é feita apenas  nas botas, barba e saia (pelagem embaixo do  corpo), mas não na região que passa pelo  stripping. “Do contrário, fica macia”, explica.  “Se a textura áspera não for prioridade, pode-se  aplicar no corpo todo.”  A última dica da especialista é em relação ao  indesejado amarelamento da barba de muitos  Schnauzers. Só há um jeito de evitá-lo: “Lavando a  região dia sim, dia não com xampu específico para  a cor do cão”.

SAÚDE

Para ter um Schnauzer Miniatura com saúde para dar e vender, veja  as recomendações de André Plentz. Veterinário há 23 anos, André estima ter atendido cerca de mil Schnauzers. Também  é criador da raça, co- proprietário do canil Boa Barba, de Porto Alegre, e juiz cinófilo. Em sua casa, convive com 39 exemplares da raça raça.   
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A raça é saudável e sujeita a poucos males em particular. Um deles são as dermatites. Para evitá-las, André recomenda banho semanal. “Minha experiência com Schnauzers indica que intervalos maiores para o banho resultam em cães com acúmulo de sujeira, o que torna a pele mais vulnerável a problemas”, orienta. Secar bem é igualmente fundamental para afastar males de pele. Produtos de banho e técnicas de tosa também podem ser vilões. Adote os indicados por especialistas (veja Beleza) e se certifique de que o cão se adaptou bem a eles. O mesmo vale para a ração. Há alergias de fundo alimentar. “Tenho boa experiência com a Royal Canin e com a Dalpet”, sugere André. Impeça que seu Schnauzer seja infestado por parasitas externos, recorrendo aos conhecidos tratamentos profiláticos. Por fim, não o deixe exposto a produtos de limpeza. O cão só deve entrar nos ambientes depois de enxaguados e secos. Outra predisposição do Schnauzer são as otites. A orientação de André é limpar os ouvidos do cão toda semana. “Mas de forma superficial, apenas para retirar o excesso de cera e umidade, onde microorganismos proliferam facilmente.” E proteja-os da água durante o banho, colocando um pequeno chumaço de algodão no interior deles. O Schnauzer também é sujeito à dentição dupla (dentes permanentes nascem sem que parte dos dentes de leite caia). O resultado é a dentição encavalada. Restos alimentares se acumulam com maior facilidade. Logo, maior acúmulo de tártaro e maior risco às suas conseqüências, que vão de mau hálito a infecções sistêmicas. Para favorecer a queda dos dentes de leite, ofereça brinquedos e ossos de couro antes e durante a troca dentária, que se inicia por volta dos 4 meses. “Uma boa dica é dar ossos grandes de boi, que podem ser comprados em açougue”, diz André. Caso os dentes de leite persistam, um veterinário deve extraí-los. Depois, perpetue o hábito de dar ao cão ossos bovinos. “Retiram o tártaro e diminuem sua formação.”
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Nos Estados Unidos, conta a criadora norte americana Donna Hills, a criação de Schnauzer recomenda que os filhotes entre 2 e 3 meses de vida sejam submetidos a um exame para catarata congênita. Os afetados podem ser tratados precocemente e afastados da procriação. No Brasil, como a incidência do mal é baixa, a criação não adota o procedimento. “Além disso, a catarata, já em fases iniciais, é visível a olho nu; o cristalino fica esbranquiçado”, diz André. “O cuidado que a criação nacional toma e que o comprador deve ter é verificar os olhos do cão escolhido e dos pais dele; caso algum tenha o problema, deve ser retirado da reprodução e descartado como opção de compra.” Nos EUA, também é indicado que Schnauzers adultos só se acasalem caso não sejam transmissores de miotonia congênita, desordem que causa hipertrofia muscular, também incomum no plantel brasileiro. “Só vi um caso”, afirma André. O mal pode ser detectado por um teste de DNA. Aqui não há tecnologia para realizá-lo, mas é possível enviar amostras de sangue e saliva dos cães para que sejam testados nos EUA (mais informações em www. vet.upenn.edu/penngen). Parte dos criadores americanos também faz exame de DNA para atrofia progressiva da retina. Mas a prática é controversa, porque há vários tipos da doença e o exame só detecta uma delas. No nosso país, o exame não foi desenvolvido, mas também se pode enviar amostras de sangue para os EUA (mais informações em www.optigen.com). De qualquer forma, sua manifestação no plantel brasileiro de Schnauzer Miniatura é pequena. “Só vi o problema em Schnauzers Standards, nunca em Miniaturas”, atesta André.
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TRIVIAL

Os demais cuidados para garantir a saúde de seu Schnauzer valem para todas as raças. Siga o protocolo de um bom veterinário quanto à vacinação e desvermifugação. Mantenha seu cão em ambiente limpo e arejado. Ofereça água fresca e comida de qualidade. Proporcione exercício regular. Na infância, apenas atividade leve, como brincadeiras e caminhadas curtas. Exercício intenso, como longas corridas, só a partir de 1 ano e desde que o cão seja condicionado. “Antes disso, a estrutura óssea e muscular está em desenvolvimento e mais sujeita a lesões”, explica André. Acesso à luz solar também é fundamental. Mas não exagere. Evite expor seu cão ao sol forte, garanta um refúgio de sombra e só passeie com ele em horários frescos.
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Ênfase ao convívio
PARA QUEM VAI COMPRAR
O primeiro passo para conviver bem com um Schnauzer é se informar sobre o temperamento dele e se certificar de que atende às suas expectativas. O segundo é procurar bons canis, que se dediquem não só à aparência dos cães, mas à tipicidade do temperamento. Afinal, esse também é herdado e deve ser levado em conta na seleção de acasalamentos. Exemplares frutos de cruzamentos não bem planejados têm maior predisposição a desvios temperamentais genéticos. E o Schnauzer, por ser uma raça popular, é vítima constante desses acasalamentos. “Conheça os pais e outros parentes do cão que pretende adquirir e veja se têm o comportamento esperado da raça”, sugere Plentz. Não é novidade que toda raça canina tem um perfil comportamental padrão. Os pontos principais do perfil-padrão do Schnauzer o definem como um cão que elege um dono principal, de quem, se possível, se transforma em sombra; que tende a ser reservado com desconhecidos e que aceita bem crianças desde que tratado com respeito por elas. Ele também é considerado um cão com grau moderado de atividade e que late também em grau moderado. Dentro desse perfil-padrão, é natural que haja variações individuais, determinadas tanto por herança genética como pelo ambiente. Muitas delas são detectáveis já na ninhada. Há testes comportamentais que identificam os filhotes potencialmente mais ativos, mais calmos, mais sociáveis, mais dominantes e assim por diante. Criadores experientes também sabem reconhecê-los. Plentz ilustra: “Se você quer um cão mais calmo, não escolha o filhote mais elétrico da ninhada.” O ideal, indica o criador, é levar o mais equilibrado, que brinca e faz graça, mas que também sossega e observa o ambiente. Analise a ninhada e tente desvendar a personalidade de cada um. Crie algum estímulo, como um barulho inesperado, e avalie a reação deles. Se você bater palmas abruptamente, perceberá quais são os mais receosos, os mais atirados e os que ficam no meio-termo. “Para donos inexperientes, o mais indicado é o meio-termo; ou seja, o cão que leva um pequeno susto, demonstra um certo receio, mas se recupera logo”, avalia Rossi. Os receosos, que se retraem totalmente, podem ser medrosos. E cães medrosos têm maior inclinação à agressividade: se acuados, mordem para se defender. Já os atirados tendem a ser mais dominantes. Não se intimidam com facilidade, o que pode ser sinônimo de que se submetem menos e, portanto, desafiam mais as ordens. Geralmente também são eles os primeiros a correr ao encontro dos compradores. “Aí a pessoa se encanta e leva o ‘filhotinho que a escolheu’”, conta Rossi. “Ele até pode ser uma boa opção, mas é mais indicado para quem tem certa experiência.”

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