domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cinomose


Você sabia que a Cinomose pode matar? Conheça a doença, entenda seus sintomas e fique sempre atento ao seu cachorro. E lembre-se: sempre vacine seu cão.
O que é a cinomose?
Trata-se de um doença que acomete os cães. Ela pode atingir vários órgãos, ou seja, é sistêmica, podendo atuar em todo o organismo.
É altamente contagiosa, sendo causada por um vírus que sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio, e menos de um mês em local quente e úmido. É um vírus muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns e, leva quase sempre à morte tanto filhotes, porém os adultos também podem se contaminar se não vacinados. Não escolhe sexo ou raça, nem a época do ano.
Como é feita a transmissão?
Ela se dá através de animais que se contaminam por contato direto com outros animais já infectados ou pelas vias aéreas quando respiram o ar já contaminado.
Alguns animais doentes podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentarem sintomas, porém estão disseminando o vírus para outros animais ao seu redor através de secreções oculares, nasais, orais ou pelas fezes, sendo que a principal fonte de transmissão é através de espirros, pois quando o animal espirra, elimina gotículas de água pelo nariz e estas gotículas estão contaminadas com o vírus. Este ato de espirrar pode contaminar cães sadios que estiverem por perto ou até mesmo um humano pode carregar o vírus nas suas roupas ou sapatos, sem se contaminar indo até um animal sadio, onde será depositado. Portanto, o cão pode se infectar por via respiratória ou digestiva, através de contato direto ou fômites (um humano, por exemplo) e até por água e alimentos que contenham secreções de animais contaminados.
Os sintomas da Cinomose:
Depois que o animal foi infectado, ocorre um período de incubação de 3 a 6 dias ou até 15 dias, que é o tempo que o vírus leva para começar a agir dentro do organismo e fazer com que o cão apresente os sintomas. Após isso, o animal apresenta febre que pode chegar até os 41º C com perda de apetite, apatia (ficar quieto demais), vômito e diarréia, corrimento ocular e nasal. Estes sintomas iniciais podem durar até 2 dias.
Após isso, o animal pode se apresentar com o comportamento normal, como se estivesse curado, passando uma idéia de que poderia ter sido acometido apenas de um mal estar temporário. Essa falsa idéia de que está tudo de volta ao normal pode permanecer por meses.
Após isso, surgem os sinais patognomônicos (específicos), da cinomose e a intensidade destes sinais dependerão do sistema imune de cada animal.
Dentre estes sinais típicos podemos citar vômito e diarréia, novamente o corrimento ocular e nasal e sinais de alteração do sistema nervoso como falta de coordenação motora (o animal parece estar “bêbado”), tiques nervosos, convulsões, paralisias.
De acordo com o estado do sistema imunológico do animal como um todo, ele pode vir a óbito diante de apenas um só sintoma ou pode sobreviver desenvolvendo todos os sintomas, a todas as fases com prognóstico desconhecido.
Pela ordem geralmente, os primeiros sintomas da segunda fase (aquela após meses em estado normal) são a febre, falta de apetite, vômitos, diarréia e dificuldade de respirar (dispnéia). Posteriormente, conjuntivite com muita secreção ocular, secreção nasal acentuada e peneumonia. Passada uma ou duas semanas, os sintomas neurológicos são apresentados. Diante destes sintomas, o cão pode ficar agressivo, tendo dificuldade em reconhecer seu dono, pois ocorre uma inflamação no cérebro. Pode ocorrer também uma paralisia dos músculos da face e diante disso o cão não consegue beber água, pois a paralisia não permite que ele abra a boca. As lesões cerebrais e medulares devido ao vírus podem causar paralisia no quarto posterior como se o animal estivesse “descadeirado”, ou apresentar incoordenação motora. Os sintomas tendem a piorar conforme os dias se passam, de forma lenta ou rápida, dependendo de cada animal, porém não regridem depois do vírus já estar devidamente instalado no organismo.
Tratamento
Um tratamento para o vírus da cinomose não existe. O que o médico veterinário pode fazer, após a confirmação através de exames laboratoriais que o animal contraiu o vírus, é tratar medicamentosamente dos eventos paralelos que o vírus causa. Por exemplo, o animal pode receber medicamentos para a febre, diarréia, vômitos, convulsões, secreções, mantendo o animal em um ambiente limpo e com temperatura agradável, realizando uma alimentação correta, melhorando, com isso, os sintomas, porém, não eliminando e nem combatendo o vírus em si. O prognóstico, mais uma vez, varia de acordo com cada animal. Os filhotes, por exemplo, possuem um prognóstico desfavorável de recuperação, possuindo alta taxa de mortalidade, pois seu sistema imunológico está desenvolvido, porém não está apto totalmente para combater todos os sintomas causados pelo vírus.
Como prevenir a Cinomose
Como o próprio nome já diz, a única forma de combater a cinomose é através da prevenção com o importante e indiscutível ato da vacinação.
As vacinas contra cinomose disponíveis no mercado podem ser compostas pelo vírus atenuado, conhecidas como V10, utilizadas há muito tempo. Existem também as vacinas recombinantes, mais modernas, desenvolvidas para imunização de humanos e animais.
No plano de vacinação, os cães podem ser vacinados a partir de 6 semanas de idade, ficando a critério do médico veterinário, pois se o animal estiver debilitado, fora de peso, com parasitose, a recomendação é de que seu estado físico possa ser restabelecido antes da vacinação.
Os filhotes devem receber 3 doses desta vacina na primeira fase da vida. Posteriormente, os cães devem receber uma dose da vacina anualmente. Portanto, resumindo, são 3 doses, a primeira com 6 semanas de vida, após estas, fazer um reforço uma vez ao ano.
Portanto, é preciso deixar bem claro que a cinomose é um vírus que pode ser letal, que não possui cura e que cabe aos proprietários o dever de se realizar a vacinação dos seus cães de modo a prevenirem que os seus e os outros possam vir a contrair. Os cães não podem falar a língua dos humanos, necessitando, portanto, que nós, enquanto cidadãos responsáveis, façamos a parte que nos deve, colaborando para a saúde dos nossos amigos e também com a saúde pública de toda uma comunidade.
Fontes:
http://www.cinomose.com.br
http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/cinomose.htm;
TUDURY, E. A.; ARIAS, M. V. B.; BRACARENSE, A. P. F. L.; MEGID, J.; DIAS, R. F. J. Observações clínicas e laboratoriais em cães com cinomose nervosa. Ciência Rural. Santa Maria, v.27, n.2, p.229-235, 1997.

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