domingo, 2 de fevereiro de 2014

Dirofilariose (Parasita do Coração)


A dirofilariose foi inicialmente identificada nos Estados Unidos em 1847 e ocorria mais freqüentemente no litoral sudeste dos Estados Unidos. Em anos recentes a dirofilariose tem sido encontrada em todos os 50 estados dos Estados Unidos. A onda de animais infectados que pode servir como fonte de infecção para os outros animais é, provavelmente um fator que contribui significativamente para a dirofilariose se espalhar pela América do Norte. O número real de cães e gatos infectados nos Estados Unidos ainda é desconhecido.


O que é a dirofilariose?


O verme Dirofilaria Immitis, pertence à mesma classe das lombrigas. Na verdade eles até se parecem com as lombrigas, mas é aí que terminam as semelhança. O Dirofilaria Immitis passa a vida adulta no lado direito do coração e dos grandes vasos sanguíneos que conectam o coração e os pulmões.

Os vermes são encontrados em cães, gatos, e furões. Eles também ocorrem em animais selvagens, como leões marinhos da Califórnia, raposas e lobos. Raramente são encontrados em pessoas.


Como os cães contraem a Dirofilariose?


Os vermes adultos que ficam no coração botam larvas minúscula que são chamadas de microfilárias e vivem na corrente sanguínea. Estas microfilárias entram em mosquitos quando eles sugam o sangue de um animal infectado. Em 2 a 3 semanas a microfilária fica maior dentro do mosquito e migra para sua boca.

Quando o mosquito morde outro animal, as larvas entram em sua pele. As larvas crescem e em cerca de três meses terminam a sua migração até o coração, onde ficam adultas, podendo atingir o comprimento de até 35 centímetros. O período entre o animal ser mordido por um mosquito infectado, até os vermes se tornarem adultos, acasalarem e botarem seus ovos é de cerca de 6 a 7 meses em cães e 8 meses nos gatos. (Lembre-se – é importante tratar do diagnóstico.)
Cães muito infectados pode ter até centenas de vermes em seus corações e vasos. Vermes adultos em cães geralmente vivem de 5 a 7 anos. Trinta a oitenta por cento dos cães infectados têm microfilárias, e as microfilárias podem viver até 2 anos. Microfilárias não podem amadurecer em vermes adultos, a menos que eles passem por um mosquito. Existem mais de 60 espécies diferentes de mosquitos que podem transmitir a Dirofilaria.




Prejuízos da Dirofilariose para os cães


Em cães, os vermes adultos podem obstruir vasos grandes sanguíneos que ligam o coração aos pulmões. Os vermes também podem entrar nos vasos menores nos pulmões e os obstruírem. Em casos mais graves, chamados de “síndroma caval”, os vermes enchem o ventrículo direito do coração.


Sintomas da Dirofilariose e diagnóstico


A maior parte dos cães com dirofilariose não apresentam sinais de doença. Alguns cães podem apresentar diminuição do apetite, perda de peso e apatia. Muitas vezes, o primeiro sinal da doença é a tosse. Os animais com muitos vermes começam a apresentar falta de resistência durante os exercícios. Alguns acumulam líquido no abdômen (ascite), o que os faz parecer barrigudos. Em poucas situações em que os animais têm muitos vermes adultos, eles podem morrer de insuficiência cardíaca súbita.

Testes sanguíneos são feitos para identificar cães infectados com D. immitis. Pelo fato de os testes não serem sempre precisos, é necessário interpretar os seus resultados com relação ao histórico e sintomas que o animal apresenta. Radiografias (raios-x) e ultra-sonografia (ecocardiografia) muitas vezes são feitos para observar mudanças típicas no coração e pulmões causadas por D. immitis, e assim determinar a gravidade da infecção. As alterações incluem o alargamento da artéria pulmonar e do ventrículo direito. Certos tipos de células (eosinófilos) pode aumentar no sangue ou nas secreções dos pulmões. Estes resultados adicionais podem ajudar a apoiar o diagnóstico.

Existem vários testes de sangue utilizados para detectar a infecção pela dirofilariose. Na década de 1960, antes dos ensaios mais sofisticados estarem disponíveis, testes para detectar a dirofilariose envolviam procurar o verme em uma gota de sangue sobre uma lâmina de microscópio. Um teste um pouco melhor, o teste de Knott, foi desenvolvido para concentrar a microfilária a partir de uma porção maior de sangue através de sua centrifugação. Isto proporcionou aos veterinários uma melhor chance de encontrar as microfilárias.

Mais tarde, os testes de filtro se tornaram disponíveis. Nestes testes, as células do sangue foram lisadas (quebradas) por um tipo de agente especial que não afeta as microfilárias. O líquido resultante é então colocado através de um filtro muito fino. As microfilárias se concentram no filtro. O filtro é então marcado e examinada ao microscópio para encontrar a microfilária.

Logo, os veterinários reconheceram que alguns animais podiam ter infecções por dirofilariose sem necessariamente ter as microfilárias no sangue. Isto ocorre apenas se vermes machos estiverem presentes ou se as fêmeas não estiverem colocando seus ovos no momento do teste. Ficou óbvio que testes melhores eram necessários.

Teste de Antígenos
Exames sorológicos foram desenvolvidos para identificar os antígenos (pequena proteína e componentes de carboidrato ) dos vermes no sangue. Há uma variedade deste tipo de teste. Um dos tipos de teste mais comuns é chamado de ELISA. Alguns kits de teste executam uma amostra de cada vez e podem ser feitos diretamente no consultório de seu veterinário. Outros são feitos para testar várias amostras em um lote maior . Este tipo de teste em lotes é geralmente realizado em laboratórios externos, para onde o sangue de seu cão é enviado.

Embora os testes de antígeno sejam muito melhores do que o teste de filtro, ainda não conseguimos identificar todos os casos de dirofilariose porque os testes de antígeno só dariam resultado positivo se vermes fêmeas adultos estivessem presentes, uma vez que o antígeno é detectado a partir de útero do verme. Se os vermes não estiverem totalmente maduros, ou existirem apenas machos presentes, o resultado do teste de antígeno em animais infectados seria um falso negativos. Isso significa que o resultado do teste é negativo quando na verdade o animal está infectado.

Teste de anticorpos
Testes sorológicos foram desenvolvidos para detectar anticorpos (proteínas produzidas pelo corpo do animal para lutar contra “invasores”) que agem contra contra os vermes. Este é o teste mais usado em gatos. Este teste dá positivo, mesmo se apenas um verme macho estiver presente. Porém este teste tem uma desvantagem. Embora ele seja muito bom em dar resultados positivos quando existe uma infecção, testes falso-positivos são mais comuns do que nos testes de antígeno. Um resultado falso-positivo significa que o resultado do teste dá positivo mas na verdade não há infecção alguma.


Como prevenir a Dirofilariose


Medicamentos usados para prevenir infecções por dirofilariose são chamados preventivos. A primeira coisa a se lembrar é que os preventivos não são usados para matar vermes adultos. Medicamentos especiais chamados de adulticidas são usado para matar os vermes adultos. O uso destes medicamentos será discutidos na seção de tratamento. Alguns medicamentos preventivos podem causar graves problemas se dados a animais com vermes adultos ou microfilárias. Siga as recomendações de seu veterinário e do fabricante do medicamento preventivo com relação aos testes antes de dar a medicação preventiva. Um grande número de medicamentos preventivos é disponibilizado no mercado mensalmente para o tratamento da dirofilariose em cães. Alguns deles, ou outros medicamentos que são combinados com eles, controlam outros parasitas. Medicamentos preventivos devem ser usados durante o ano todo,, mesmo em áreas onde os mosquitos só ocorrem sazonalmente. Mesmo se algumas doses não forem dadas medicamentos preventivos ainda assim são benéficos para seu animal de estimação. Se seu cão mora em região de praia ou se costuma ir muito à praia, ele precisa ser vermifugado todo mês.

Se forem administrados de forma consistente por um período de 12 meses, é possível parar o desenvolvimento dos vermes. Além disso, a medicação preventiva mensal no combate à dirofilariose também tem efeito contra os parasitas intestinais, que inadvertidamente infectam milhões de pessoas todos os anos. Estes preventivos protegem animais e pessoas.

A administração diária da medicação dietilcarbamazina está disponível com prescrição em farmácias de manipulação. Duas desvantagens são que esta medicação causa reações adversas se administrada em cães com dirofilariose, e a falta da dose por dois ou três dias pode resultar na interrupção da proteção.

A medicação preventiva deve ser dada a todos os cães. Lembre-se que os mosquitos podem entrar em sua casa, assim, mesmo que o seu cão não esteja lá fora, o cão ainda pode ser infectado.


Tratamento da Dirofilariose


O primeiro adulticida (remédio para matar os vermes adultos) para cães desenvolvido foi o thiacetarsamide de sódio (Caparsolate ®), que continha arsênico. Era administrado na veia através de um cateter. Se qualquer quantidade da droga saísse da veia, causaria danos graves ao tecido Alguns animais ficaram muito doentes devido esta droga e a terapia às vezes teve que ser interrompida. Quase todos os animais tiveram de ser hospitalizados por vários dias para tratamento.

O Melarsomine (Immiticide®), medicamento utilizado atualmente para tratar a infecção por dirofilariose também contém arsênico. Ele é administrado por uma injecção profunda nos músculos da traseiros, em vez de por via intravenosa. É menos provável que cause efeitos colaterais do que o thiacetarsamide e é também mais eficaz.

O tratamento depende da severidade da infecção. Em casos menos graves, o cão pode ser tratado por quatro meses, com a medicação preventiva, para matar larvas de verme migrando até coração, bem como para diminuir o tamanho dos vermes fêmeas. Depois, uma injeção de melarsomine é dada para matar os vermes adultos. Cinco semanas mais tarde, o cão é tratado com mais duas injeções da adulticida. Quatro meses após o tratamento, o cão deve ser testado para verificar a presença dos vermes, utilizando-se o teste do antigênio. Alguns animais podem precisar se submeter a uma segunda rodada de injeções se os testes de antígeno ainda dêem resultado positivo. É recomendado que os cães permaneçam com medicação preventiva mensalmente durante o tratamento. Em casos mais graves, pode ser necessário usar o adulticida antes dos quatro meses da medicação preventiva.

Independentemente de qual droga é administrada, quando os vermes adultos morrem, eles podem obstruir os vasos sanguíneos nos pulmões (chamado de embolia pulmonar). Se somente uma pequena parte do pulmão está afetada, pode não haver sinais clínicos. No entanto, se os vazos com acesso à uma grande parte do pulmão, ou talvez a uma área pequena já doente do pulmão estão bloqueadas, podem aparecer efeitos mais graves . Estes podem incluir febre, tosse, tosse com sangue, e até mesmo insuficiência cardíaca. Devido ao risco de embolia, qualquer cão sendo tratado com um adulticida deve ser mantido calmo durante o tratamento e por mais pelo menos 4 semanas. Em infestações mais graves, vermes adultos são removidos do coração cirurgicamente.


Os humanos podem ser infectados pela Dirofilariose?


Sim, já houve casos de infecção pelo verme no coração de pessoas. Em vez de migrar para o coração, as larvas migram para os pulmões dos humanos. Lá as larvas podem bloquear os vasos, causando um infarto. No caso de enfarto, o nódulo que se desenvolve pode ser visto em uma radiografia. Geralmente, a pessoa tem poucos ou nenhum sinal da infecção. A remoção cirúrgica do nódulo pode ser necessária.

Leia mais: Dirofilariose (Parasita do Coração) http://tudosobrecachorros.com.br/2012/04/dirofilariose-parasita-coracao.html#ixzz2sBtkHle6

Nenhum comentário:

Postar um comentário