quarta-feira, 8 de abril de 2015

Murganho ou Camundongo de Estimação

Nomes comuns: Murganho, camundongo, rato de estimação, rato marinheiro, topolino e rato doméstico
Nome binomial: Mus musculus
O habitat natural do murganho cingia-se, antigamente, à faixa compreendida entre a zona mediterrânica e a China.
Posteriormente foi escolhido como o animal de laboratório por excelência, dando, por cruzamentos consanguíneos e aparecimento de “defeitos”, origem a cores nunca antes vistas no seu estado natural, como os sólidos negros e os albinos.
Dado que se trata de um animal com grande inteligência e sociabilidade, cativou algumas pessoas e foi adotado como animal de estimação. Surgem então, mas mãos de entusiastas de criação destes magníficos animais, as mais variadas cores, formas e padrões.

O murganho como animal de estimação

Murganho ou camundongo (Mus musculus)
Murganho ou camundongo (Mus musculus)
Fotografia: Wikimedia Commons
O Mus musculus é um rato que mede entre 65 a 95 milímetros, sendo os de estimação (fancy mice) os maiores e os ratos de casa (selvagens) menores. A sua cauda mede de 60 a 105 milímetros e equilibra o animal.
Nos murganhos que actualmente mantemos em casa e que inspiraram a criação da personagem “Rato Mickey”, por Walt Disney, podemos encontrar as mais variadas colorações. No entanto, originalmente, o Mus musculus variava entre o castanho agouti e o preto, com barriga branca ou amarelada.
O peso médio de um murganho varia entre as 20 e as 40 gramas, e a sua esperança média de vida situa-se entre os dois anos e os dois anos e meio.
É um excelente animal de estimação, pela sua interactividade e fácil manutenção, contudo, o seu odor almiscarado pode ser impeditivo da sua manutenção para pessoas mais sensíveis a aromas desta família.

Alimentação

Já existem boas rações para Mus musculus no nosso mercado. Ele consome entre 5 a 10 gramas de alimento seco por dia.
Devemos evitar o excesso de sementes de girassol, devido essencialmente à tendência que os murganhos têm para a obesidade.
Estes ratos conseguem comer muito precocemente, logo, deve ser disponibilizada ração pelo menos desde os 10 dias de idade e o bebedouro deve ser colocado sempre ao alcance dos mais pequenos.

Alojamento

Os Mus musculus devem ser mantidos a uma temperatura entre os 20 e 25º C.
O seu ciclo de luz deverá ser de 12 horas, contudo é um animal adaptável às nossas condições de vida. No que concerne à intensidade da luz, há que ter algum cuidado, já que sendo o Mus musculus um animal nocturno, o excesso de claridade pode causar deficiências na retina e consequente cegueira parcial ou mesmo total.
O alojamente deverá ser o maior possível, com esconderijos e zonas para trepar. Deve ser de malha fina (para evitar escapadelas) ou à prova de “furo” (já que uma das actividades favoritas dos murganhos é roer…).
Pessoalmente prefiro os grandes acrílicos, especialmente porque além de serem à “prova de murganho”, também costumam minimizar o cheiro.

Maturidade e ciclo reprodutivo

Rato marinheiro bebé (Mus musculus)
Rato marinheiro bebé, uma linhagem de camundongo originária do Japão
Fotografia: Carlos Gandra
Mus musculus é um animal muito prolífico, como podemos comprovar pela expansão da espécie. Atinge a maturidade sexual entre as 6 e as 9 semanas, não devendo no entanto, iniciar a sua vida reprodutiva tão cedo.
O estro da fêmea dar-se-à ou de quatro em quatro ou de cinco em cinco dias, consoante o animal. A gestação dos mesmos dura de 19 a 21 dias.
A média de crias por ninhada situa-se entre os 6 e os 12 elementos. Temos de ter em atenção que as crias devem ser separadas por sexo a partir das cinco ou seis semanas, dado que podem iniciar a sua actividade sexual. Em caso algum devem ser separados da progenitora antes de completrem 21 dias de idade.

Maneio

Os murganhos têm tendência a morder. Para tal ser evitado, devem ser habituados ao contacto humano precocemente.
Ao contrário do que se possa pensar, um murganho não se sente confortável ao ser agarrado pela barriga. Devemos deixar que nos suba para a mão (em caso de ratos bem sociabilizados) ou segurar gentilmente, sem puxões ou movimentos bruscos, pela base (nunca a ponta) da cauda, pousando-o de seguida no nosso braço ou na nossa mão livre.
Tenha em atenção o local que escolhe para segurar o animal, dado que devido à sua rapidez, facilmente fugirá e se esconderá em locais (quase) inacessíveis.
Este artigo foi publicado na Revista nº6 do Mundo dos Animais, em Abril de 2008, com o título “Murganhos”.

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