segunda-feira, 30 de junho de 2014

Pequinês


Épagneul Pequinês
origem:China
data de origem:2000 A.C.
esperança de vida:13 a 15 anos
classificação:Cães de Companhia
altura:15 para 23 cm
peso:3 para 5 kg

História 

O Pequinês é provavelmente tão antigo como a civilização chinesa. Os chineses acreditam que esta raça era a encarnação do “Cão de Fu”, o espirito canino que afugentava os espíritos do mal e que figura inclusivamente no calendário anual chinês. Estas teorias próximas do Budismo, juntamente com a sua juba, valeram ao Pequinês o apelido de Cão Leão.

Considerado um cão sagrado, o Épagneul Pequinês era protegido e acolhido pela família imperial chinesa, a única que podia ter e reproduzir estes cães. Eram as concubinas do imperador que se encarregavam da criação deste cão. As mulheres serviam-se da beleza do Pequinês para se tornaram mais interessantes aos olhos do imperador.

O Épagneul Pequinês viveu assim durante séculos protegido no palácio imperial na presença das concubinas e restante família Imperial, onde cada cão tinha o seu séquito de criados para lhe servir as mais delicadas e seleccionadas refeições.

Desde sempre preciosamente seleccionados, os cruzamentos entre os exemplares reprodutores eram detalhados e registados em livros, fazendo do Épagneul Pequinês uma das mais antigas raças com um livro de registos de estudos e várias linhagens de criação.
Em épocas de gestação, eram apresentadas às mães gestantes várias figuras de exemplares de determinadas cores pretendidas nos novos cachorros tal como os tecidos mais suaves e brilhantes, para que a pelagem dos mesmos cachorros tivesse a qualidade e as cores desejadas.

A veneração por esta raça está bem patente na arte antiga chinesa, na qual se pode encontrar várias representações do Épagneul Pequinês. Estes exemplares eram considerados como representantes do imperialismo da China e quem ousasse roubar ou tocar num exemplar sem autorização era punido com a pena de morte.

O Épagneul Pequinês permaneceu assim desconhecido perante o mundo durante séculos.
Em 1860/61, época da guerra do Ópio na grande China, as tropas franco-inglesas invadiram a Cidade Proibida e o Palácio de Verão.

A Imperatriz, responsável pelo pequeno imperador, tinha ordenado a eutanásia dos cães, para que não caíssem nas mãos dos “espíritos malévolos”. Apesar do mar de sangue e da carnificina entre muitos dos cachorros mortos, uma das princesas que tinha permanecido no palácio suicidou-se durante a invasão, deixando para trás os seus cinco exemplares, entre eles Lotty.

O General Dunne, ao serviço da Rainha Vitória do Império Inglês, conseguiu capturar cinco cães desta raça declarando os mesmos como presas de guerra. Uma das exemplares bicolores branca e vermelha, foi ofericida à Rainha Victoria. Os restantes exemplares ficaram na pertença da primeira criadora de Inglaterra, governanta e acompanhante da mesma Rainha.

A partir deste momento, o Épagneul Pequinês tornou-se extremamente popular nesse país entre a alta sociedade, a corte e mesmo a realeza. Quando Lotty morreu, foi decretado luto nacional, tendo sido hasteada uma bandeira negra a meia haste.

Temperamento 

O Epagneul Pequinês sempre viveu entre a aristocracia até aos dias de hoje, o que o torna desde sempre num cão com algumas mordomias essenciais ao seu bem estar. Gosta de colo e de atenção e é um cão delicado, orgulhoso e determinado.

Teimoso e independente, não deixa de ser muito afectuoso com quem o trata bem. O Épagneul Pequinês tende a formar um laço especial com quem ele elege como o seu dono. Leal, gosta de agradar, mas tem um temperamento firme que o torna por vezes difícil de treinar.

Afável com a sua família humana, mostra-se inicialmente desconfiado com estranhos, mas ao conquistarem a sua atenção acaba por se fazer cair nas suas graças.

Atento e alerta, o Pequinês não é contudo um cão de guarda. É um protector do lar e de toda a familia, tarefa que desempenha instintivamente desde que vivia no antigo Império Chinês. Se identificar uma presença estranha ou mesmo familiar, o Pequinês dá sinal, ladrando.

O Épagneul Pequinês dá-se bem com todas as crianças desde que supervisionadas por um adulto, de modo a controlar uma atitude brusca tanto das crianças como do exemplar em questão. O Pequinês mostra-se contudo pouco paciente com abusos por parte dos mais novos.

Relativamente calmo dentro de casa, o Pequinês dá-se bem em apartamentos. Não é necessário ter um pátio. Uma visita a um jardim próximo onde o cão se possa exercitar e cheirar até as flores que tanto adoram é quanto basta nos passeios diários.

Aparência Geral 

O Épagneul Pequinês é um cão de porte muito pequeno mas de aspecto muito compacto, algumas vezes comparado a uma bola de bowling. O exemplar ideal não deve exceder os 5 kg nos machos e os 5,5kg nas fémeas. Existem exemplares de tamanho muito pequeno, como os Sleeves mas são raros e de extrema delicadeza.

Apesar de ser um cão pequeno, o Épagneul Pequinês surpreende quando é pegado ao colo pelo corpo compacto, o seu peso e robustez.

Com uma aparência leonina, é facilmente reconhecido pelo seu nariz achatado e pela longa pelagem que o cobre até ao chão lembrando uma manta e proporcionando um andar leve e ondulante.

A cabeça do Pequinês é compacta e larga, com um stop pronunciado. Os olhos grandes e escuros são um pouco salientes e um pouco afastados, devem ter um aspecto brilhante e lustroso. Com a boca fechada, não devem ser vistos os dentes nem a língua. Os lábios e o nariz devem ser sempre de cor negra.

A pelagem é comprida e maioritariamente lisa, existem alguns exemplares com uma pelagem muito ligeiramente frisada. A pelagem não deverá interferir com a forma corporal de pêra que caracteriza a raça.

O Épagneul Pequinês apresenta assim uma juba ampla e frondosa como um leão, orelhas com franjas compridas geralmente negras, designadas como brincos, calções ou saiote traseiro longo, franjas abundantes nas patas e cotovelos e uma cauda frondosa e vasta.

Todas as cores são permitidas no Épagneul Pequinês, exceptuando a cor de fígado ou exemplares albinos.

Higiene 

Para preservar o belo pêlo em excelentes condições, o Épagneul Pequinês deve ser escovado e penteado apenas de 3 em 3 dias ou somente ao fim-de-semana, tendo sempre atenção especial à pelagem atrás das orelhas, calções ou saiote e no babete. Escovagem diária nunca se deve realizar pois iria apenas quebrar a estrutura da pelagem, arrancando a mesma.

A escovagem deve ser realizada a seco evitando os banhos de água. Sempre que der banho ao animal, método que deve ser aplicado apenas quando necessário, deve no fim utilizar o secador.

Esta raça larga bastante pêlo duas vezes por ano, no entanto dietas alimentares pouco equilibradas podem provocar mudas de pelagem com maior frequência.

Deve também prestar particular atenção à limpeza do focinho e zona genital dos cães, que deve ser diária.
Para tratar da higiene do focinho, utilize uma toalha turca e água morna ou de rosas ou malvas. Comece por molhar a toalha, passe no nariz, ruga por cima do nariz, junto aos cantos dos olhos, ao fim ao cabo é como lavar a cara do cachorro. Não é aconselhado usar qualquer produto (sabão entre outros) para além de agua morna.

Depois seja macho ou fêmea, é essencial fazer a higiene da zona genital do mesmo, usando uma outra toalha turca já húmida para o efeito, limpe as partes genitais do mesmo. Depois, basta passar uma toalha seca na cara do cachorro e nas partes sexuais. Este procedimento geralmente é realizado pelas manhãs depois do passeio habitual.

Não utilize soro fisiológico na vista dos cães, opte por água de malvas ou mesmo água normal. O soro fisiológico tem sal e acaba por danificar os olhos do cachorro.

Saúde 

Alguns exemplares desta raça têm tendência para engordar se lhes for permitida uma alimentação desregrada, tornando-se rapidamente obesos.

É preciso especial cuidado com a alimentação a horas certas e habituais pois o peso, uma vez que esta raça é propensa a problemas cardíacos a obesidade não é aconselhada. Outro problema da obsidade é a possibilidade da mesma causar danos na coluna, eventualmente herinas muitas vezes fatais nesta raça.

Problemas respiratórios por vezes são frequentes em exemplares com narinas muito fechadas, os problemas podem ser agravados com o excesso de peso.

Problemas oculares e nas articulações também são comuns na raça.

A Lenda 

Uma antiga lenda chinesa faz da origem do Épagneul Pequinês um conto romântico.

Reza a lenda que há alguns milénios, um leão apaixonou-se por uma macaca. O leão encontrou a pequena saguim na beira de um lago onde tinha ido matar a sede. A beleza exótica da macaca da espécie Guenon conquistou o leão.

Apesar de o amor do leão ser correspondido pela macaquinha, a diferença de tamanhos tornava este amor impossível. O leão entristeceu-se por ver que a sua paixão era proibida e decidiu procurar a ajuda de Budha. A divindade budista encontrou-se com o triste leão e ao saber do seu sentimento tão puro e verdadeiro, aconselhou-o a apresentar-se juntamente com a macaca Guenon perante o Deus Hai-ho.

Hai-ho recebeu-os e depois de os enamorados exporem o caso, respondeu ao leão:

"Se estás disposto a sacrificar a tua estatura e a tua força pelo amor puro e verdadeiro para com esta macaca guenon, consinto que se unam no resultado de um só tipo de ser, para que seja possível a vossa união para hoje e para sempre."

O leão e a macaca aceitaram a transformação de boa vontade e o fruto desta união, originou um novo ser: o cão da raça Épagneul Pequinês, que conservou a coragem, o porte orgulhoso e expressão nobre do rei das selvas, unido à graça, delicadeza e ternura no tamanho diminuto de uma macaquinha.

http://arcadenoe.sapo.pt/raca/_pagneul_pequin_s/45

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