sexta-feira, 13 de junho de 2014

CÂNCER DE MAMA EM CADELAS – COMO PREVENIR E TRATAR

Como prevenir câncer de mama em cadelas? Como tratar tumor de mama em cadelas?

CÂNCER DE MAMA EM CADELAS – COMO PREVENIR E TRATAR

O texto e as estatísticas apresentadas abaixo foram baseadas no livro “Oncologia em Cães e Gatos, Ed. 2009, dos autores Carlos Roberto Dalek, Andrigo Barbosa De Nardi e Suely Rodaski.


O câncer de mama é a neoplasia mais comum em cadelas. A maior frequência está em fêmeas entre 7 à 12 anos de idade. Antes e depois desse período a frequência é menor.

As raças mais acometidas, ou seja, aquelas que se observa uma maior incidência são os Poodles, os Pastores Alemães e os Cocker Spaniels. Os animais sem raça definida também são bastante acometidos.

Entre as causas que contribuem para o desenvolvimento tumoral são citados vários fatores. Hormônios como o estrógeno, a progesterona e o hormônio do crescimento influenciam o desenvolvimento gradativo de células com características de malignidade (câncer). Por este fato, o uso de progestágenos injetáveis (anticoncepcionais) para prevenir o cio, aumenta muito a incidência de tumor de mama em cadelas.

JAMAIS faça uso de “vacinas anti-cio” ou anticoncepcionais na sua cadela.

Outros fatores que podem aumentar o desenvolvimento de câncer em cadelas são os distúrbios endócrinos como: irregularidade no ciclo estral (o normal é que o intervalo entre os cios seja regular e a cada 6 meses), cistos foliculares ovarianos, corpo lúteo persistente, hiperplasia endometrial e pseudociese (conhecida popularmente como gravidez psicológica).


CASTRAÇÃO PRECOCE, antes mesmo do primeiro cio ou no máximo até antes do 3º cio.
A castração (retirada cirúrgica de útero e ovários) realizada antes do primeiro cio reduz o risco de surgimento de câncer de mama para 0,5%. Já após o primeiro cio, este risco aumenta para 8% e após o segundo, para 26%! A castração tardia, não reduz o risco da cadela apresentar tumores de mama malignos, embora o risco de tumores benignos possa diminuir, entretanto, elimina os riscos de câncer de útero, de ovário, infecção uterina (piometra) e pseudociese.

Infelizmente, mais de 60% dos cânceres de mama em cadelas são malignos e 25% das cadelas acometidas já apresentam metástases no momento do diagnóstico. Portanto, é importantíssimo o diagnóstico precoce e para isso, a palpação de todas as mamas de cadelas com mais de 5 anos deve ser realizado periodicamente, a fim de se detectar a tumoração ainda no início. Caso perceba um nódulo, mesmo que seja bem pequeno, leve logo seu animal ao médico veterinário, dando preferência a um veterinário oncologista (médico que trata os pacientes com câncer), para que seja feito o correto diagnóstico.

Realizar periodicamente a PALPAÇÃO de todas as mamas da sua cadela a partir dos 5 anos de idade.

Para a realização do diagnóstico, pode ser feito dois procedimentos, sendo um deles menos invasivo, mais barato e mais seguro, porém com menor precisão diagnóstica, que é a citologia. O outro método de diagnóstico é por meio da biópsia, que necessita que o animal seja anestesiado, porém tem o resultado mais preciso devido ao exame histopatológico que será feito na amostra coletada. Quem pode definir a melhor opção para cada caso é somente o médico veterinário.

NÃO ESPERE o nódulo crescer para levar ao médico veterinário, quanto antes diagnosticar, maiores serão as chances de cura do seu animal.

Na presença de um nódulo ou massa em mama, procure logo um MÉDICO VETERINÁRIO para que seja feito o diagnóstico correto.

O tratamento de eleição para o paciente com câncer de mama é a cirurgia. A mastectomia radical é indicada na grande maioria dos casos, mas cabe ao médico veterinário oncologista avaliar cada caso. A peça cirúrgica retirada (biópsia excisional) deve ser encaminhada para exame histopatológico. Isto é importantíssimo para se saber que tipo tumoral estamos lidando e qual o grau de malignidade nos casos de câncer. Nos pacientes com resultado do exame histopatológico apresentando câncer, indica-se fazer quimioterapia pós-operatória, mesmo nos pacientes sem evidências de metástases nos exames de imagem (raio-x de tórax e ultrassonografia abdominal). 

Texto adaptado: Dr. Alexandre Figueiredo

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