A Erliquiose (Ehrlichia canis) e a Babesiose (Babesia canis) são as principais doenças infecciosas transmitidas pelos carrapatos e foram popularmente chamadas de “Doença do Carrapato”, apesar de incluir mais de uma doença.
Apesar de serem duas doenças diferentes, os seus sintomas clínicos são relativamente semelhantes, com poucas variações entre as duas.
Essas duas doenças são potencialmente fatais em cachorros de todas as idades, raças e sexos.
Possuem sintomatologia clínica inespecífica, logo o diagnóstico é bastante complexo e difícil para o clínico veterinário.
Neste texto vou ser bem direto e sucinto. Vamos lá...
EHRLICHIA CANIS
O carrapato Rhipicephalus sanguineus transmite a doença para os cachorros pela saliva. O cachorro infectado começa a transmitir os micro-organismos infectantes para os outros carrapatos que também estão sugando o seu sangue.
O período de incubação (tempo decorrido entre a exposição a um organismo patogênico e a manifestação dos primeiros sintomas da doença) pode variar de 1 a 3 semanas.
A doença do carrapato (Erliquia) pode ser dividida em três estágios:
Aguda: dissemina-se do local da picada até o baço, o fígado e os linfonodos (causa aumento dos órgãos); depois, torna-se subclínica com baixa no número de plaquetas (trombocitopenia) branda; vasculite; a presença de anticorpos antiplaquetários podem exacerbar a trombocitopenia; baixa nas células de defesa (leucopenia) variável; anemia branda; a gravidade da doença depende do micro-organismo (diferente da babesiose).
Subclínica: o micro-organismo persiste e com isso a resposta dos anticorpos aumenta (hiperglobulinemia); também ocorre a persistência da trombocitopenia.
Crônica: a diminuição na produção da medula óssea (plaquetas e supressão da produção das células vermelhas do sangue - hemácias);
SINAIS CLÍNICOS
A duração dos sinais clínicos desde a doença aguda inicial até a manifestação, ou seja, apresentar os sintomas clássicos da doença – geralmente é maior que 2 meses.
Os sintomas clássicos da doença são
àletargia, depressão, anorexia (redução ou perda do apetite), perda de peso, febre.
E em quadros mais evoluídos
àsangramento espontâneo, angústia respiratória, incoordenação motora, inclinação da cabeça e até dor ocular (uveíte).
Lembre-se!!! O fato do seu cachorro apresentar os sintomas clássicos, não necessariamente ele estará com a doença do carrapato. Várias outras doenças apresentam os mesmos sinais clínicos!!!
è Portanto, leve logo o seu cachorro no veterinário de sua confiança para que ele seja examinado e que se façam os exames necessários para o correto diagnóstico!!!
BABESIOSE
A infecção pode ocorrer por transmissão indireta pelo carrapato, transmissão direta via transferência / transfusão sanguínea ou pela placenta. Ou seja, se a sua cadela está gestante e tem babesiose, os filhotes que nascerem têm grande chance de estar com a doença.
Os micro-organismos infectam e replicam-se nas hemácias (células vermelhas do sangue), resultando em anemia tanto direta como hemolítica imunomediada (quando o sistema de defesa do animal interpreta que as suas próprias hemácias são “intrusas” e acaba destruindo-as, piorando ainda mais a anemia).
É provável que a anemia hemolítica imunomediada seja mais importante do ponto de vista clínico do que a hemólise induzida pelo parasita, já que a gravidade dos sinais não depende do grau de parasitemia.
SINAIS CLÍNICOS
Podem ser superagudos, agudos ou crônicos;
Alguns animais carreadores (que já foram infectados) não apresentam quaisquer sinais clínicos detectáveis.
Os principais sintomas clínicos são
àLetargia, anorexia, mucosas pálidas, febre, aumento de volume e tamanho do baço (esplenomegalia), aumento de linfonodos / “gânglios / ínguas”, icterícia (pele amarelada), perda de peso, fezes com coloração alterada.
A imunossupressão (a baixa de defesa do organismo) pode gerar sinais clínicos e parasitemia acentuada em cães com infecções crônicas.
TRATAMENTO e PREVENÇÃO de Erliquia e Babesia
Terapia com antibióticos específicos (durante no mínimo 21 dias), fluidoterapia e em pacientes gravemente anêmicos pode ser necessário transfusão sanguínea. O uso de um quimioprofilático também deve ser empregado.
Pode exigir a internação ou o cuidado ambulatorial, dependendo da gravidade da doença.
A evolução de aguda para crônica pode ser facilmente evitada por meio do tratamento eficaz e precoce; entretanto, muitos cães permanecem soropositivos e podem apresentar recidivas (mesmo anos mais tarde).
Um animal após ter sido infectado por Erhlichia canis, mesmo após o tratamento, pode ser novamente contaminado se for picado por um carrapato infectado.
O diagnóstico precoce é fundamental para a recuperação do seu cachorro!
A prevenção se dá pelo controle dos carrapatos. Saiba como acabar com os carrapatos do seu cachorro aqui!
Torna-se importante a remoção de todos os carrapatos aderidos à pele dentro de 24 horas da fixação/ infestação.
Lembre-se mais uma vez!!! O fato do seu cachorro apresentar os sintomas clássicos, não necessariamente ele estará com a doença do carrapato. Várias outras doenças apresentam os mesmos sinais clínicos!!!
è Portanto, leve logo o seu cachorro no veterinário de sua confiança para que ele seja examinado e que se façam os exames necessários para o correto diagnóstico!!!
Texto adaptado: Dr. Alexandre Figueiredo
(Fonte: Consulta veterinária em 5 minutos)
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